O ANARQUISMO: A DEFESA DE UMA
SOCIEDADE SEM ESTADO
SOCIEDADE SEM ESTADO
Como o anarquismo surgiu? O
anarquismo surgiu surgiu no século XIX como movimento social e político, no
contexto do movimento operário, e a tese central de sua filosofia é a defesa de
uma sociedade sem Estado, pois, para eles o Estado é fonte da opressão humana e
instrumento de dominação.
anarquismo surgiu surgiu no século XIX como movimento social e político, no
contexto do movimento operário, e a tese central de sua filosofia é a defesa de
uma sociedade sem Estado, pois, para eles o Estado é fonte da opressão humana e
instrumento de dominação.
Vimos que o contratualismo defendia a
existência do Estado para resolver os conflitos entre os indivíduos, após a
passagem do Estado de Natuureza (Pré-civil) para o estado civil. No entanto, ele
se a gente pensar nessa ideia do conflito, o Estado não seria necessário em uma
sociedade que fosse a expressão da igualdade, da liberdade e da solidariedade.
existência do Estado para resolver os conflitos entre os indivíduos, após a
passagem do Estado de Natuureza (Pré-civil) para o estado civil. No entanto, ele
se a gente pensar nessa ideia do conflito, o Estado não seria necessário em uma
sociedade que fosse a expressão da igualdade, da liberdade e da solidariedade.
Proudhon, sobre quem já falei numa
aula anterior, foi o primeiro pensador a desenvolver ideias anarquistas no
século XIX. Em 1840 ele lançou um pequeno livro com o título “O que é a
propriedade?”, e sua resposta à pergunta do título era simples e direta: a
propriedade é um roubo. Fazendo a crítica da propriedade privada, ele propunha
uma sociedade sem propriedade, ou seja, uma sociedade comunista.
aula anterior, foi o primeiro pensador a desenvolver ideias anarquistas no
século XIX. Em 1840 ele lançou um pequeno livro com o título “O que é a
propriedade?”, e sua resposta à pergunta do título era simples e direta: a
propriedade é um roubo. Fazendo a crítica da propriedade privada, ele propunha
uma sociedade sem propriedade, ou seja, uma sociedade comunista.
Todos nós conhecemos a conotação
pejorativa da palavra anarquia. Ela vem desde a Revolução Francesa, onde certos
grupos chamavam seus adversários de anarquistas, para dizer que eram baderneiros.
Proudhon, ao contrário, deu à palavra um sentido positivo, ao afirmar que a
anarquia não é desordem, mas a expressão de uma “ordem natural”, não de uma
ordem artificial criada por um grupo segundo seus interesses. Sua conclusão: “ASSIM
COMO O HOMEM PROCURA A JUSTIÇA NA IGUALDADE, A SOCIEDADE PROCURA A ORDEM NA
ANARQUIA”.
pejorativa da palavra anarquia. Ela vem desde a Revolução Francesa, onde certos
grupos chamavam seus adversários de anarquistas, para dizer que eram baderneiros.
Proudhon, ao contrário, deu à palavra um sentido positivo, ao afirmar que a
anarquia não é desordem, mas a expressão de uma “ordem natural”, não de uma
ordem artificial criada por um grupo segundo seus interesses. Sua conclusão: “ASSIM
COMO O HOMEM PROCURA A JUSTIÇA NA IGUALDADE, A SOCIEDADE PROCURA A ORDEM NA
ANARQUIA”.
As ideias de Proudhon foram retomadas
e desenvolvidas por vários filósofos anarquistas. Um deles foi Mikhail Bakunin,
pensador russo do século XIX, filho de grandes proprietários de terra, Bakunin
se afastou da família, que desejava vê--lo na carreira política, para estudar filosofia
em Moscou. Ali tomou contato com as ideias de Hegel e se aproximou dos
movimentos operários revolucionários, e circulou por vários países europeus atuando
em associações de trabalhadores e procurando construir uma revolução que
colocasse fim à exploração capitalista.
e desenvolvidas por vários filósofos anarquistas. Um deles foi Mikhail Bakunin,
pensador russo do século XIX, filho de grandes proprietários de terra, Bakunin
se afastou da família, que desejava vê--lo na carreira política, para estudar filosofia
em Moscou. Ali tomou contato com as ideias de Hegel e se aproximou dos
movimentos operários revolucionários, e circulou por vários países europeus atuando
em associações de trabalhadores e procurando construir uma revolução que
colocasse fim à exploração capitalista.
Para Bakunin, a exploração e o
governo são termos inseparáveis da política, porque enquanto o primeiro fornece
os meios e constitui a base e o objetivo de todo governo, o segundo garante a legalidade
da exploração.
governo são termos inseparáveis da política, porque enquanto o primeiro fornece
os meios e constitui a base e o objetivo de todo governo, o segundo garante a legalidade
da exploração.
Para criticar o regime burguês,
Bakunin se opõe ao Estado moderno, cuja fundação foi empreendida pela
burguesia, e ao governo. Esses elementos, sob um ponto de vista teórico, compõem
uma doutrina que busca a liberdade e a moral fora da solidariedade social. Essa
doutrina, por sua vez, sob o ponto de vista prático, conduz a burguesia ao
governo de um pequeno grupo espoliador, que leva a maioria à escravidão e à
negação da liberdade e da moralidade.
Bakunin se opõe ao Estado moderno, cuja fundação foi empreendida pela
burguesia, e ao governo. Esses elementos, sob um ponto de vista teórico, compõem
uma doutrina que busca a liberdade e a moral fora da solidariedade social. Essa
doutrina, por sua vez, sob o ponto de vista prático, conduz a burguesia ao
governo de um pequeno grupo espoliador, que leva a maioria à escravidão e à
negação da liberdade e da moralidade.
O princípio central da filosofia
anarquista é a liberdade individual. Os anarquistas consideram que os
indivíduos são livres e que a sociedade não pode ser uma limitação dessa
liberdade, mas sua confirmação e aprimoramento. Por isso, o Estado, instrumento
de dominação, é visto como algo a ser combatido. O conceito anarquista de
liberdade, porém, difere daquele elaborado por Rousseau e por outros filósofos
que podem ser chamados de “liberais”.
anarquista é a liberdade individual. Os anarquistas consideram que os
indivíduos são livres e que a sociedade não pode ser uma limitação dessa
liberdade, mas sua confirmação e aprimoramento. Por isso, o Estado, instrumento
de dominação, é visto como algo a ser combatido. O conceito anarquista de
liberdade, porém, difere daquele elaborado por Rousseau e por outros filósofos
que podem ser chamados de “liberais”.
Para Rousseau, o ser humano é livre
por natureza; todos nascem livres, embora a sociedade coloque limites para a
liberdade. Essa ideia de liberdade individualizada está expressa na frase: “O
limite de minha liberdade é a liberdade do outro”.
por natureza; todos nascem livres, embora a sociedade coloque limites para a
liberdade. Essa ideia de liberdade individualizada está expressa na frase: “O
limite de minha liberdade é a liberdade do outro”.
Para a filosofia anarquista, não faz
sentido pensar em limites para a liberdade. Se a liberdade do outro é um limite
para minha liberdade, então nem ele nem eu somos livres. Os filósofos anarquistas,
em especial Proudhon e Bakunin, elaboraram um conceito coletivista de
liberdade. Para eles, a liberdade não é um dom natural do indivíduo. Ninguém
nasce livre; nós nos tornamos livres.
sentido pensar em limites para a liberdade. Se a liberdade do outro é um limite
para minha liberdade, então nem ele nem eu somos livres. Os filósofos anarquistas,
em especial Proudhon e Bakunin, elaboraram um conceito coletivista de
liberdade. Para eles, a liberdade não é um dom natural do indivíduo. Ninguém
nasce livre; nós nos tornamos livres.
Aprendemos a ser livres e precisamos
conquistar a liberdade. E isso só pode ser feito nas relações sociais. Só posso
ser livre em meio a outros seres humanos, junto com outros iguais a mim.
conquistar a liberdade. E isso só pode ser feito nas relações sociais. Só posso
ser livre em meio a outros seres humanos, junto com outros iguais a mim.
Não haveria sentido falar em
liberdade se eu vivesse isolado em uma ilha deserta. Só posso ser livre se,
vivendo em meio a outras pessoas, suas liberdades confirmam minha liberdade,
assim como minha liberdade confirma as delas.
liberdade se eu vivesse isolado em uma ilha deserta. Só posso ser livre se,
vivendo em meio a outras pessoas, suas liberdades confirmam minha liberdade,
assim como minha liberdade confirma as delas.
“[...] só sou verdadeiramente livre
quando todos os seres humanos que me cercam, homens e mulheres, são igualmente
livres. a liberdade do outro, longe de ser um limite ou a negação da minha
liberdade, é, ao contrário, sua condição necessária e sua confirmação [...] ao
contrário, é a escravidão dos homens que põe uma barreira na minha liberdade,
ou, o que é a mesma coisa, é sua animalidade que é uma negação da minha
humanidade [...] minha liberdade pessoal assim confirmada pela liberdade de
todosse estende ao infinito.
quando todos os seres humanos que me cercam, homens e mulheres, são igualmente
livres. a liberdade do outro, longe de ser um limite ou a negação da minha
liberdade, é, ao contrário, sua condição necessária e sua confirmação [...] ao
contrário, é a escravidão dos homens que põe uma barreira na minha liberdade,
ou, o que é a mesma coisa, é sua animalidade que é uma negação da minha
humanidade [...] minha liberdade pessoal assim confirmada pela liberdade de
todosse estende ao infinito.
As relações sociais não são outra
coisa senão um jogo de liberdades. Quando esse jogo significa o domínio de uns
sobre outros, anulam-se as liberdades de todos; e, afirmam os anarquistas, é
isso que historicamente tem sido feito pelos sistemas políticos: o Estado operando
como instrumento de dominação de um
grupo sobre o restante da sociedade. Por isso, as liberdades precisam ser
conquistadas, o que requer a organização política para uma revolução social que
coloque fim ao sistema de exploração, abrindo espaço para a construção de uma
sociedade livre, justa e igualitária. A revolução social, para os anarquistas,
deveria imediatamente derrubar o Estado. Sua utilização, mesmo provisória, como
meio para a atuação partidária, como pensava Marx, significaria necessariamente
a manutenção de um sistema de privilégios, de relações de exploração, de classes
sociais. Apenas a extinção imediata do
Estado como aparelho de exploração poderia colocar em marcha outros tipos de
relação, outros jogos de poder que fossem exercício de liberdade, não de
dominação.
coisa senão um jogo de liberdades. Quando esse jogo significa o domínio de uns
sobre outros, anulam-se as liberdades de todos; e, afirmam os anarquistas, é
isso que historicamente tem sido feito pelos sistemas políticos: o Estado operando
como instrumento de dominação de um
grupo sobre o restante da sociedade. Por isso, as liberdades precisam ser
conquistadas, o que requer a organização política para uma revolução social que
coloque fim ao sistema de exploração, abrindo espaço para a construção de uma
sociedade livre, justa e igualitária. A revolução social, para os anarquistas,
deveria imediatamente derrubar o Estado. Sua utilização, mesmo provisória, como
meio para a atuação partidária, como pensava Marx, significaria necessariamente
a manutenção de um sistema de privilégios, de relações de exploração, de classes
sociais. Apenas a extinção imediata do
Estado como aparelho de exploração poderia colocar em marcha outros tipos de
relação, outros jogos de poder que fossem exercício de liberdade, não de
dominação.
O Estado é um mal porque é a
expressão da violência e da exploração dos indivíduos. Diante do Estado, não há
liberdade possível. Mas é ao mesmo tempo uma instituição que surgiu de uma necessidade
histórica. Em sociedades de exploração do homem pelo homem, fez-se necessária uma
instituição que garantisse a estruturação dessa sociedade e protegem os
direitos dos dominantes. Mas, assim como o Estado é resultado de uma
necessidade histórica, é também necessária a sua destruição, para que possa ser
possível a construção de uma sociedade justa, sem exploração.
expressão da violência e da exploração dos indivíduos. Diante do Estado, não há
liberdade possível. Mas é ao mesmo tempo uma instituição que surgiu de uma necessidade
histórica. Em sociedades de exploração do homem pelo homem, fez-se necessária uma
instituição que garantisse a estruturação dessa sociedade e protegem os
direitos dos dominantes. Mas, assim como o Estado é resultado de uma
necessidade histórica, é também necessária a sua destruição, para que possa ser
possível a construção de uma sociedade justa, sem exploração.
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