HISTÓRIA DA FILOSOFIA DO ZERO - AULA 01 - O SURGIMENTO DA FILOSOFIA

Olá caros alunos, em 2016 quando dei início às aulas deste canal, eu pretendia fazer aulas que aproximassem o conteúdo de filosofia e história dos meus alunos do ensino médio, mas ao longo do tempo várias dúvidas de alunos não apenas do ensino médio, mas também do ensino superior deram ensejo a outros vídeos com outros aprofundamentos. Contudo sentimenti, recentemente eu tenho recebido algumas solicitações para que os conteúdos sejam organizados de uma maneira mais cronológica especialmente os que se referem à história da filosofia. Por esse motivo, nesse semestre nós daremos início a uma série de aulas que partirão dos primórdios da filosofia até a filosofia contemporânea possivelmente, por isso, retomaremos diversos assuntos que já foram tratados em outros vídeos de forma mais resumida e direta, acrescentando porém, um pouco mais da história propriamente dita da filosofia. Então, dando início à nossa primeira aula, vamos pensar um pouco em que momento nasceu a filosofia? Estudiosos e pesquisadores apontam o período de 800 anos antes de Cristo a 500 anos antes de Cristo como aquele em que a gente teve o início e a consolidação da prática reflexiva. A filosofia, como nós sabemos, favoreceu o desenvolvimento da atitude científica e do pensamento abstrato dedicado à busca do princípio e da essência das coisas. A partir dela, então, os seres humanos não mais explicariam os fatos e os fenômenos pela mera aparência nem precisariam se guiar pelos mitos preconceitos e superstições. Apesar de vários povos terem também reflexões semelhantes, há uma unanimidade em atribuir aos gregos a origem e a revolução das Ideias. Nós sabemos que é no Egito, na China, e na Índia nós temos importantes especulações filosóficas. Mas a argumentação que se utiliza geralmente para atribuir aos gregos a origem da filosofia é a de que nesses povos essas reflexões teriam desenvolvido noções filosóficas com base em questões como a natureza da divindade, a alma humana, a vida após a morte... Então, estas reflexões estariam sempre atreladas a um caráter religioso, além também de estarem subordinadas há um caráter prático imediatista vinculado aos interesses de certas classes e governantes. Esse questionamento sobre a primazia da Grécia na elaboração da filosofia vem desde a antiguidade porque muitos acreditavam que os gregos apenas tinham assimilado Ideias que tinham vindo de outros povos, mas, apesar disso, os historiadores concordam em afirmar que a civilização grega foi a primeira a elaborar uma forma de pensamento que se desvinculava das explicações míticas e religiosas buscando uma investigação científica e racional do princípio e da natureza das coisas. Aí fica a pergunta, porque então na grécia e não em outros lugares? Existem alguns elementos que podem ter contribuído para que a Grécia se tornasse o berço da filosofia em primeiro lugar a configuração geográfica do território que era um pouco isolado representando obstáculo à circulação, mas proporcionou a expansão em direção ao exterior favorecendo o comércio marítimo e o intercâmbio cultural e econômico com outros povos. Outro aspecto também importante é a organização social e política da Grécia que estava bastante relacionada aos limites geográficos do seu território, pois apesar de não permitirem a formação de um grande Império propiciaram o surgimento de pequenos estados autônomos, independentes, mas relacionados entre si, as chamadas cidades -estado ou polis em grego e nelas foram desenvolvidos vários sistemas de governo as monarquias dos reis micénicos, depois as oligarquias dos Nobres proprietários de Terra, e finalmente a democracia. Dessa evolução social e política surgiram conceitos como soberania do povo, a cidadania, participação social, o debate... e a livre expressão esses conceitos foram a base e o estímulo para o florescimento de novas idéias. inclusive costumamos também atribuir o nascimento da política como a concebemos hoje aos gregos, lembrando também que política vem de pólis. Além disso, também temos a característica da religiosidade grega que não desenvolveu doutrinas complexas como no Egito e na mesopotâmia, abrindo brechas para que as pessoas questionassem e tivessem curiosidade sobre a verdadeira natureza das coisas, para a procura de respostas às questões do mundo e da vida. Por fim, apesar da dispersão territorial, havia forte coesão entre os gregos, eles falavam a mesma língua, tinham a mesma escrita, e a religiosidade nesse molde que eu disse era difundida entre todos eles reproduzindo os mesmos deuses, pois eram de uma cultura politeista, reunindo-se nas mesmas festas e jogos esportivos como as famosas olimpíadas. No próximo vídeo, nós vamos aprofundar um pouco mais sobre a história dos gregos, de como a civilização grega se desenvolveu na Europa como resultado da integração das culturas minoica e micênica e dessa maneira nós vamos costurando, pouco a pouco, a história da filosofia com a história da própria humanidade.

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